domingo, 30 de maio de 2010

COMO AS PESSOAS COM ESQUIZOFRENIA VIVENCIAM A DOENÇA

* Esquizofrenia e Nicotina

O abuso mais comum de substância em pessoas que têm esquizofrenia é a dependência de nicotina devido ao cigarro. Cerca de 75% das pessoas que têm esquizofrenia são fumantes, contra 25 a 30% de fumantes na população geral (dados norte-americanos). As pesquisas têm mostrado que a relação entre o fumo e a esquizofrenia é complexa. A nicotina age em receptores cerebrais causando alívio de certos sintomas, e por isso muitas pessoas com esquizofrenia sentem-se melhor quando fumam. Nesse sentido o cigarro atua como um “remédio”. No entanto, o cigarro interfere com a resposta às medicações antipsicóticas. Estudos têm mostrado que os pacientes fumantes necessitam doses maiores de medicação antipsicótica. Deixar de fumar pode ser especialmente difícil para as pessoas com esquizofrenia, porque os sintomas de abstinência de nicotina podem causar uma piora temporária dos sintomas da doença. Estratégias para parar de fumar, como adesivos de nicotinas ou outros métodos de substituição gradual, podem ser efetivos. Os médicos devem ficar atentos e monitorar cuidadosamente a dosagem da medicação quando seus pacientes começam ou param de fumar.

* Pensamento Desordenado

A esquizofrenia comumente afeta a capacidade da pessoa de pensar “corretamente”. Os pensamentos podem ir e vir rapidamente; a pessoa pode não conseguir se concentrar por muito tempo e pode facilmente se distrair, mostrando-se incapaz de focar a atenção. As pessoas com esquizofrenia podem não saber distinguir o que é relevante do que não é numa determinada situação. Podem ser incapazes de conectar os pensamentos numa seqüência lógica, com os pensamentos tornando-se desorganizados e fragmentados. Essa ruptura na continuidade lógica dos pensamentos é chamada de “desorganização do pensamento” e pode dificultar muito a conversação, contribuindo para o isolamento social. Se as pessoas não conseguem entender o que um indivíduo está dizendo, tendem a ficar constrangidas e deixar aquela pessoa sozinha.

* Expressão Emocional

As pessoas com esquizofrenia freqüentemente apresentam um afeto diminuído ou “achatado”. Isto se deve a uma severa redução da expressão emocional. Uma pessoa com esquizofrenia pode não mostrar os sinais de uma emoção normal; pode falar com voz monótona, ter as expressões faciais diminuídas e parecer extremamente apática. A pessoa pode retrair-se socialmente, evitando contato com os outros e, quando forçada a interagir, pode não ter nada a dizer, mostrando um “pensamento empobrecido”. A motivação pode estar muito diminuída, da mesma maneira que o interesse e o prazer de viver. Em alguns casos graves, a pessoa pode passar dias inteiros sem fazer nada, chegando a negligenciar a higiene básica. Esses problemas com a expressão emocional e com a motivação, que podem ser extremamente perturbadores para a família e os amigos, são sintomas da esquizofrenia – e não um problema de caráter ou fraqueza pessoal.

* Normal X Anormal

Às vezes, indivíduos normais podem sentir, pensar e agir de maneira que lembram a esquizofrenia. Pessoas normais podem às vezes serrem incapazes de “pensar corretamente”. Podem tornar-se extremamente ansiosas, por exemplo, para falar diante de grupos, podem se sentir confusas, incapazes de organizar as idéias, e esquecer o que tinham intenção de dizer. Isso não é esquizofrenia. Da mesma maneira, pessoas com esquizofrenia nem sempre agem de maneira anormal. Na verdade, algumas pessoas com a doença podem aparentar serem perfeitamente responsáveis, mesmo que tenham alucinações ou delírios. O comportamento de um indivíduo pode mudar, tornando-se bizarro se a medicação é interrompida e retornando mais próximo do normal quando recebendo tratamento apropriado.

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