segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diagnóstico do Transtorno Bipolar


Assim como outras doenças mentais, o transtorno bipolar ainda não pode ser identificado fisiologicamente ¾, por exemplo, por um teste sanguíneo ou a aquisição de imagens do cérebro. Por esta razão, um diagnóstico de transtorno bipolar é feito com base nos sintomas, na evolução da doença e, quando disponível, na história familiar. Os critérios diagnósticos para o transtorno bipolar são descritos no Diagnostic and Statistical Manual for Mental Disorders quarta edição (DSM-IV) 3)

Descrições dadas por pessoas portadoras do transtorno bipolar proporcionam insights valiosos quanto aos diversos estados afetivos associados à doença:

Depressão: Duvido inteiramente de minha capacidade de fazer bem qualquer coisa. Parece que minha mente ficou mais lenta e esgotada, a ponto de ser praticamente inútil. . . [Fico] assustado. . . com o desespero total e completo de tudo. . . Outras pessoas dizem, “Isso é só temporário, vai passar, você vai superar isso”, mas é claro que elas não têm a menor idéia de como eu me sinto. Se eu não consigo sentir nada, me mover, pensar ou me importar com nada, então para que viver?

Hipomania: No começo quando eu estou “pra cima” é impressionante... as idéias são rápidas... como estrelas cadentes que você acompanha até aparecerem outras mais brilhantes... Toda a timidez desaparece, as palavras e os gestos certos de repente estão lá... Pessoas e coisas desinteressantes se tornam subitamente muito interessantes. A sensualidade é prevalente, o desejo de seduzir e ser seduzido é irresistível. Sua medula está cheia de sentimentos inacreditáveis de facilidade, poder, bem estar, onipotência, euforia... você pode fazer qualquer coisa... Mas em algum ponto isso muda.

Mania: As idéias rápidas se tornam rápidas demais e há idéias demais... uma confusão avassaladora substitui a clareza... Você para de acompanhar isso a memória se vai. O humor contagiante deixa de ser divertido. Seus amigos ficam assustados... tudo agora está contra você... Você está irritado, com raiva, assustado, incontrolável e preso numa armadilha.


Créditos:

Essa publicação, escrita por Melissa Spearing do NIMH, é uma revisão e atualização de uma versão anterior de Mary Linn Hendrix. Informações científicas e revisão foram proporcionadas pelo NIMH Director Steven E. Hyman, M.D., e pelos membros da equipe do NIMH Matthew V. udorfer, m.D., e Jane L. Pearson, Ph.D. A assistência editorial foi prestada por Clarissa K. Wittenberg, Margaret Strock e Lisa D. Alberts, do NIMH. Foi publicada pelo National Institute of Mental Health (NIMH) –EUA- em 2001 e traduzida e adaptada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), sob autorização, em 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário